A função desportiva das colectividades – diversificação ou especialização?
O tema que me foi proposto, será porventura o mais fácil de abordar, mas ao mesmo tempo poderá ser o mais complicado. Fácil porque o número reduzido de infra-estruturas desportivas existentes, não nos permite muita discussão sobre o fomento e desenvolvimento do desporto no nosso Concelho. E será complicado, porque falar do futuro da função desportiva das colectividades, é uma tarefa que tem de ser encarada por todos os intervenientes no panorama desportivo do Concelho de Alenquer, como uma prioridade fundamental.
Para falar de infra-estruturas, não posso deixar de recuar ao 25 de Abril de 1974, pois é inegavelmente um marco histórico do nosso país. A partir dessa data todas as localidades sentiram necessidade de ter um espaço próprio onde se pudessem reunir, e que fosse ao mesmo tempo um espaço de lazer, começam então a surgir as novas sedes das colectividades. Concerteza que ninguém poderá estar contra as aspirações da população em ter um espaço próprio, o que eu penso é que as populações não vivem isoladas, e teria sido muito bom que nesses anos 70 e 80, houvesse uma visão estratégica para o futuro do concelho. Teria sido mais proveitoso para o Concelho de Alenquer, que se tivessem edificado sedes de clubes à medida de cada localidade, e que se construíssem infra-estruturas desportivas ao nível da Freguesia, ou conjunto de Freguesias, que servissem com qualidade e dignidade, um número de habitantes mais alargado. Hoje em dia estamos a pagar os erros do passado, se olharmos para o nosso Concelho, a falta de infra-estruturas desportivas é deprimente, e a maioria das colectividades tem cada vez mais dificuldade em dar utilidade às suas sedes.
As actuais infra-estruturas, não permitem à maior parte dos clubes, qualquer tipo de especialização, muito menos diversificação. Salvaguardando meia dúzia de clubes, que mantém uma actividade mais ou menos diversificada, os restantes clubes do espectro associativo não possuem instalações que lhes permita olhar a actividade desportiva com a importância devida. Porque no nosso concelho os equipamentos desportivos públicos são praticamente inexistentes, é urgente que se leve mais a sério este grande problema.
Embora me seja difícil esquecer o passado, pois em termos desportivos nunca houve grande preocupação da nossa Câmara Municipal, olho para o futuro, com alguma esperança que o panorama se transforme, pois na minha opinião já foram programados mais eventos e já se fizeram mais reuniões no espaço de um ano, que nos anteriores 20 anos.
Mas é para falar do futuro que estamos aqui, e vamos ter que começar por mudar a mentalidade de alguns dirigentes associativos. Todos sabemos que a carolice tem mantido os clubes em funcionamento, mas quando se misturam os interesses dos clubes com as politiquices, ao ponto de alguns dirigentes estarem nos clubes em comissão de serviço dos partidos, é difícil haver capacidade de reivindicação, e só exigindo aquilo a que a população tem direito através da constituição, ou seja, acesso ao desporto, se poderão mudar as coisas.
O número exagerado de clubes, também poderá tornar este processo de desenvolvimento, um pouco mais complicado, mas aqui permitam-me que fale dum assunto que tenho abordado em várias ocasiões, e que poderá ser exemplo da vontade de trabalhar melhor para o colectivo, estou precisamente a falar da união dos dois maiores clubes da vila de Alenquer, mais concretamente o Sporting Clube de Alenquer e o Sport Alenquer e Benfica. Um clube único que defenda exclusivamente as cores de Alenquer, terá muito mais futuro, e terá muito mais gente em torno dos seus objectivos. Não nos podemos isolar, nem deveremos constituir novos clubes, só por capricho e egoísmo, muitas vezes sem qualquer projecto para o futuro.
O futuro das infra-estruturas desportivas, será o que todos quisermos, desde que seja pensado em comunidade, penso que será necessário que o Município de Alenquer seja dotado de equipamentos com dimensão necessária, não só para utilização caseira, mas também com possibilidade de termos no nosso Concelho eventos a nível regional, nacional e até a nível internacional. O projecto existente para a construção de um polidesportivo não me parece que vá nesse sentido. As colectividades vão sofrer com este projecto, que logo à partida é limitativo. Seria muito melhor que as colectividades e os habitantes pudessem contar com uma infra-estrutura localizada entre Alenquer e o Carregado, com um grande espaço verde, e com equipamentos à medida de quem está localizado numa zona do país que no raio de 30 minutos tem cerca 3 milhões de habitantes. Não me parece que um pavilhão polidesportivo, apenas com capacidade para 1100 pessoas, possa servir os interesses do Concelho de Alenquer. È claro que não me estou a esquecer do Alto Concelho, que com as suas características próprias, teria que ver projectado outro tipo de infra-estruturas, como referi atrás, a nível de Freguesia ou conjunto de Freguesias.
Em termos de gestão dos equipamentos desportivos seria bom que se pensasse numa gestão mista, ou seja, aquilo que já acontece com os equipamentos escolares, em que a gestão é feita pelo Ministério da Educação e pela Autarquia. Seria bom para as Colectividades terem como parceiro de gestão a Câmara Municipal, e seria bom para Câmara poder conhecer melhor a realidade desportiva do Concelho através desta gestão conjunta. Mas para que isso aconteça, os clubes do nosso Concelho terão que rumar todos na mesma direcção, para isso deverão estar com atenção ao painel seguinte, onde se irá falar de associações de colectividades.
Para terminar, gostaria de lembrar uma frase do Sr. Presidente da República: “Não podemos entrar num ciclo vicioso em que condenando o investimento, condenamos o desenvolvimento, e condenando o desenvolvimento, ficamos cada vez mais na periferia, e cada vez mais para trás”.
O tema que me foi proposto, será porventura o mais fácil de abordar, mas ao mesmo tempo poderá ser o mais complicado. Fácil porque o número reduzido de infra-estruturas desportivas existentes, não nos permite muita discussão sobre o fomento e desenvolvimento do desporto no nosso Concelho. E será complicado, porque falar do futuro da função desportiva das colectividades, é uma tarefa que tem de ser encarada por todos os intervenientes no panorama desportivo do Concelho de Alenquer, como uma prioridade fundamental.
Para falar de infra-estruturas, não posso deixar de recuar ao 25 de Abril de 1974, pois é inegavelmente um marco histórico do nosso país. A partir dessa data todas as localidades sentiram necessidade de ter um espaço próprio onde se pudessem reunir, e que fosse ao mesmo tempo um espaço de lazer, começam então a surgir as novas sedes das colectividades. Concerteza que ninguém poderá estar contra as aspirações da população em ter um espaço próprio, o que eu penso é que as populações não vivem isoladas, e teria sido muito bom que nesses anos 70 e 80, houvesse uma visão estratégica para o futuro do concelho. Teria sido mais proveitoso para o Concelho de Alenquer, que se tivessem edificado sedes de clubes à medida de cada localidade, e que se construíssem infra-estruturas desportivas ao nível da Freguesia, ou conjunto de Freguesias, que servissem com qualidade e dignidade, um número de habitantes mais alargado. Hoje em dia estamos a pagar os erros do passado, se olharmos para o nosso Concelho, a falta de infra-estruturas desportivas é deprimente, e a maioria das colectividades tem cada vez mais dificuldade em dar utilidade às suas sedes.
As actuais infra-estruturas, não permitem à maior parte dos clubes, qualquer tipo de especialização, muito menos diversificação. Salvaguardando meia dúzia de clubes, que mantém uma actividade mais ou menos diversificada, os restantes clubes do espectro associativo não possuem instalações que lhes permita olhar a actividade desportiva com a importância devida. Porque no nosso concelho os equipamentos desportivos públicos são praticamente inexistentes, é urgente que se leve mais a sério este grande problema.
Embora me seja difícil esquecer o passado, pois em termos desportivos nunca houve grande preocupação da nossa Câmara Municipal, olho para o futuro, com alguma esperança que o panorama se transforme, pois na minha opinião já foram programados mais eventos e já se fizeram mais reuniões no espaço de um ano, que nos anteriores 20 anos.
Mas é para falar do futuro que estamos aqui, e vamos ter que começar por mudar a mentalidade de alguns dirigentes associativos. Todos sabemos que a carolice tem mantido os clubes em funcionamento, mas quando se misturam os interesses dos clubes com as politiquices, ao ponto de alguns dirigentes estarem nos clubes em comissão de serviço dos partidos, é difícil haver capacidade de reivindicação, e só exigindo aquilo a que a população tem direito através da constituição, ou seja, acesso ao desporto, se poderão mudar as coisas.
O número exagerado de clubes, também poderá tornar este processo de desenvolvimento, um pouco mais complicado, mas aqui permitam-me que fale dum assunto que tenho abordado em várias ocasiões, e que poderá ser exemplo da vontade de trabalhar melhor para o colectivo, estou precisamente a falar da união dos dois maiores clubes da vila de Alenquer, mais concretamente o Sporting Clube de Alenquer e o Sport Alenquer e Benfica. Um clube único que defenda exclusivamente as cores de Alenquer, terá muito mais futuro, e terá muito mais gente em torno dos seus objectivos. Não nos podemos isolar, nem deveremos constituir novos clubes, só por capricho e egoísmo, muitas vezes sem qualquer projecto para o futuro.
O futuro das infra-estruturas desportivas, será o que todos quisermos, desde que seja pensado em comunidade, penso que será necessário que o Município de Alenquer seja dotado de equipamentos com dimensão necessária, não só para utilização caseira, mas também com possibilidade de termos no nosso Concelho eventos a nível regional, nacional e até a nível internacional. O projecto existente para a construção de um polidesportivo não me parece que vá nesse sentido. As colectividades vão sofrer com este projecto, que logo à partida é limitativo. Seria muito melhor que as colectividades e os habitantes pudessem contar com uma infra-estrutura localizada entre Alenquer e o Carregado, com um grande espaço verde, e com equipamentos à medida de quem está localizado numa zona do país que no raio de 30 minutos tem cerca 3 milhões de habitantes. Não me parece que um pavilhão polidesportivo, apenas com capacidade para 1100 pessoas, possa servir os interesses do Concelho de Alenquer. È claro que não me estou a esquecer do Alto Concelho, que com as suas características próprias, teria que ver projectado outro tipo de infra-estruturas, como referi atrás, a nível de Freguesia ou conjunto de Freguesias.
Em termos de gestão dos equipamentos desportivos seria bom que se pensasse numa gestão mista, ou seja, aquilo que já acontece com os equipamentos escolares, em que a gestão é feita pelo Ministério da Educação e pela Autarquia. Seria bom para as Colectividades terem como parceiro de gestão a Câmara Municipal, e seria bom para Câmara poder conhecer melhor a realidade desportiva do Concelho através desta gestão conjunta. Mas para que isso aconteça, os clubes do nosso Concelho terão que rumar todos na mesma direcção, para isso deverão estar com atenção ao painel seguinte, onde se irá falar de associações de colectividades.
Para terminar, gostaria de lembrar uma frase do Sr. Presidente da República: “Não podemos entrar num ciclo vicioso em que condenando o investimento, condenamos o desenvolvimento, e condenando o desenvolvimento, ficamos cada vez mais na periferia, e cada vez mais para trás”.
Sem comentários:
Enviar um comentário