terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Análise às presidenciais

Fazendo uma análise realista dos resultados eleitorais, tenho que realçar que foram umas eleições muito diferentes do habitual. Começo por falar no vencedor, Cavaco Silva beneficiou em grande parte, do descontentamento dos portugueses devido às medidas impopulares, mas indispensáveis, que o actual governo tem vindo a implementar. É de louvar que tendo pela frente duas eleições como as autárquicas e as presidenciais, o governo de José Sócrates nunca tenha evitado tomar as decisões mais controversas, mesmo sabendo à partida que isso teria custos para os resultados eleitorais.
Manuel Alegre foi um exemplo de cidadania e de irreverência, algo que o povo português reconheceu como necessário para uma nova forma de encarar a política no nosso país. A candidatura de Alegre servirá no futuro, para que os partidos políticos repensem a forma como estão mal organizados, ou seja, muito fechados à sociedade. Por falar em partidos, não quero deixar de realçar os dois meses de hibernação que o PSD e o CDS nos presentearam, ninguém sentiu a sua falta.
Termino com a minha apreciação ao resultado de Mário Soares, quero primeiro que tudo elogiar a forma abnegada como encarou o seu papel nestas eleições, continua a ser um exemplo para muitos. Pelas mesmas razões que Cavaco Silva ganhou, Soares perdeu, definitivamente o PS não está de momento nas graças dos portugueses, tendo também contra si o facto de concorrer ao cargo 10 anos depois de o ter deixado, e 20 depois de o ter iniciado pela primeira vez.
Espero sinceramente que José Sócrates e o PS continuem a fazer aquilo que Portugal precisa, e que Cavaco Silva saiba que a sua residência oficial é no Palácio de Belém e não no Palácio de S. Bento.

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