por Armanda Zenhas *
Devem os pais incentivar a prática desportiva pelos seus filhos ou reprimi-la, dando mais tempo para os estudos, "já que o Francês e a Matemática não andam nada bem"? Poderá a prática de um desporto contribuir para o sucesso académico? Como?
Existe um leque muito variado de desportos, desde os colectivos aos individuais. Quando um jovem escolhe uma actividade e se envolve nela, está a desenvolver interesses pessoais, que podem contribuir largamente para que nunca venham a surgir comportamentos desviantes, como o consumo de drogas. A prática de qualquer desporto implica a existência de sentido de responsabilidade pelo cumprimento dos compromissos assumidos, nomeadamente a assiduidade e a pontualidade aos treinos.
Pressupõe também o estabelecimento de metas pessoais (entrar para a equipa principal, melhorar os tempos, aperfeiçoar um salto, por exemplo) e a tentativa de as alcançar. Esta implica persistência e trabalho continuado. Se transferirmos estas competências para o domínio académico, podemos ver que o seu desenvolvimento nesta área acarreta uma maior eficácia no estudo, fazendo prever um maior sucesso académico.
Qualquer desporto colectivo implica também o desenvolvimento de competências de relacionamento social e de trabalho em grupo. O que acontece quando o colega ou o adversário é insultado ou agredido? Não há que tornar uma equipa rentável, não obstante os afectos? Como se faz isso a não ser desenvolvendo a disciplina, a tolerância, a aceitação da diferença, o espírito de colaboração e de entreajuda, a participação num esforço colectivo para se atingir um objectivo comum?
(...)
A prática regular de desporto é um hábito a adquirir desde a infância. Se ele só for procurado quando o colesterol e o excesso de peso o pedem, custará muito mais a adquiri-lo. O stress acumulado na agitação do dia-a-dia encontrará também aí um poderoso antídoto. Por isso, pais, investir na prática do desporto pelos vossos filhos é apostar no desenvolvimento de competências que os auxiliarão na vida académica e é contribuir para uma melhor saúde física e mental, a curto e a longo prazo. Mas, cuidado, não os façam morrer da cura! Não será preciso praticarem todas as modalidades!
* Armanda Zenhas é Mestre em Educação, área de especialização em Formação Psicológica de Professores, pela Universidade do Minho. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, e concluiu o curso do Magistério Primário (Porto). É PQND do 3.º grupo da Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira e autora de livros na área da educação. É também mãe de dois filhos.
fui buscar aqui http://www.educare.pt/educare/Educare.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário